MATEUS - 13, 36 - 43 - EVANGELHO DO DIA 31 DE JULHO DE 2018 - REALIDADE ESPIRITUAL - GNA
(JR 14,17-22)
S. SIMEÃO ESTILITA
A história de Simeão, que, entre outras coisas, teve o mérito de
levar o tipo de eremitério estilita ao cristianismo oriental, chegou
até nós graças ao testemunho ocular do seu amigo Teodoreto,
Bispo de Ciro. Filho de pastores, nasceu e viveu entre a Cilícia e
a Síria, passando sua infância entre os rebanhos.
A chamada em sonho
Certo dia, o menino Simeão não pôde levar as ovelhas para o
pasto porque havia muita neve. Então, entrou em uma igreja
e ficou comovido pela passagem evangélica das Bem-Aventuranças.
Daí, perguntou a um senhor idoso, como fazer para viver daquela
maneira. O homem respondeu-lhe que era preciso abandonar tudo
e se dedicar só Deus, sem saber que Simeão o levaria a sério e
viveria literalmente.
Uma vez, enquanto rezava, para que o Senhor lhe mostrasse a sua
Vontade, adormeceu e sonhou que estava escavando o alicerce
para uma casa. A voz lhe recomendava para "escavar sempre
mais a fundo!". Quando, enfim, chegou à profundidade certa,
ouviu ainda: "Muito bem, agora você poderá construir o edifício
da altura que quiser".
Viver em mosteiro? Muito pouco!
Deus chamou Simeão e ele respondeu entrando para o mosteiro;
porém, aquela vida, para ele, tornou-se logo, de certo modo,
muito simples demais: ele buscava uma perfeição mais alta,
possível apenas com a prática da austeridade. Assim, transferiu-se
para o eremitério de Teleda, onde os monges comiam a cada dois
dias. Mas, não lhe foi suficiente. Simeão jejuou a semana inteira,
dando a sua comida aos pobres. Ademais, com um ramo de mirto,
fez um cilício. Nestas alturas, achando que estava exagerando e
que os outros monges pudessem seguir seu exemplo, o Abade o
mandou embora. Este fato levou Simeão a tomar medidas bem
mais extremas: temendo ser um péssimo mau exemplo de pecador irredutível, desceu ao fundo de um poço, onde ficou chorando por
dias e dias. Preocupado de tê-lo castigado, com muita severidade,
o Abade chamou-o de volta ao mosteiro.
37 anos sobre uma coluna
Passou-se mais um ano. No entanto, Simeão deixou de novo o
mosteiro - desta vez, voluntariamente - para se abrigar em uma
cabana, em Teli Nesim, perto de Antioquia, sob a direção do
Padre Basso. Seu novo mestre, porém, também ficou preocupado
com a vida severa que vivia.
Entretanto, para Simeão, viver em uma cela e jejuar por toda a
Quaresma, não era mais suficiente: subiu ao cume de uma
montanha e decidiu viver lá sozinho, em um angusto espaço de
20 metros. Para viver corretamente, chegou a acorrentar-se a
uma rocha. Quando o Bispo de Antioquia, Melécio, subiu ao
monte para visitá-lo, fez-lhe notar que, daquela maneira, somente
os animais ferozes podiam viver. Assim, teve uma inspiração: subir
em cima de uma coluna, gradualmente, cada vez mais alto, para
se separar do mundo "abaixo", até chegar àquele de "cima", para
encontrar a Deus. Sobre a coluna, porém, Simeão não podia se
sentar, tampouco se deitar: então ficava em permanente
contemplação... ou quase.
Simeão, a multidão e as mulheres
Este estilo de vida incomum, adotado pelo monge, não passaram despercebidos, pelo contrário, atraíam multidões de curiosos.
Então, Simeão começou a responder às perguntas, resolver
conflitos e fazer pregações, pelo menos duas vezes ao dia, às
pessoas que o procuravam. Porém, não deixava as mulheres
se aproximar, explicando-lhes o motivo: "Se formos dignos,
ver-nos-emos na outra vida". Não abriu exceção nem para a
sua própria mãe, Marta, que era tão importante para ele e o
influenciou na sua conversão, quando criança.
Enfim, começou a circular boatos sobre a sua capacidade de
fazer curas excepcionais. Assim, uma delegação da Igreja foi
ao local para investigar. Diante do pedido dos Bispos de descer
da coluna, Simeão aceitou, imediatamente. Porém, a ordem foi
revogada e a sua sinceridade e grandeza constatadas.
Desde então, Simeão nunca mais desceu daquela coluna,
dedicando todo o tempo ao seu Senhor, que o chamou para
Si, no ano 459. Seu corpo, após ter submetido aos atrozes
sofrimentos, agora descansava em paz. Após ideias discordantes,
o corpo de São Simeão foi sepultado em Antioquia, sob um altar
do qual o Santo não poupou milagres e graças.
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